Após anos de crescimento contínuo, os dois principais aeroportos do Sul da Flórida registraram queda no número de passageiros no primeiro semestre de 2025, sinalizando uma desaceleração no setor de turismo, com impactos diretos na economia local.

Entre janeiro e junho, o Miami International Airport (MIA) recebeu 28,5 milhões de viajantes, uma redução de 1,4% em relação ao mesmo período de 2024, o que representa 400,2 mil pessoas a menos. Desde 2017, excluindo o ano da pandemia, não havia registro de recuo no fluxo de passageiros. Caso essa tendência persista, o aeroporto interromperá uma sequência de quatro anos de recordes anuais.

A queda afetou tanto o tráfego doméstico, com recuo de 1,6%, quanto o internacional, que caiu 1,7%. Entre os mercados estrangeiros, a Colômbia teve a maior retração, com 12% menos chegadas, seguida pela República Dominicana (-20%) e Canadá (-8%). Companhias aéreas como Avianca e LATAM Airlines apresentaram reduções de dois dígitos no volume de passageiros.

O CEO do MIA, Ralph Cutie, explicou que a situação acompanha uma tendência nacional. Dados da Airports Council International indicam que, entre janeiro e março, o tráfego de passageiros nos aeroportos dos EUA caiu 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ele ressaltou que o MIA mantém uma “forte demanda”, impulsionada pelo aumento na oferta de assentos de companhias como a American Airlines.

No Fort Lauderdale-Hollywood International Airport (FLL), a retração foi ainda maior, com queda de 11,1% no total de passageiros, somando 16,8 milhões no semestre. As viagens internacionais caíram 21,5%, afetadas pela redução de turistas canadenses, transferência de voos internacionais e suspensão de várias rotas.

O aumento da concorrência internacional, intensificada após a reabertura global pós-pandemia, além de fatores políticos e econômicos, também influenciam essa retração. O Canadá, principal emissor de turistas para a Flórida, registrou queda de 20,2% nas visitas aos EUA, reflexo das ameaças de tarifas e tensões diplomáticas. A diminuição de turistas da América Latina foi impactada por iniciativas relacionadas à imigração e notícias sobre restrições na entrada de estrangeiros.