
Resumo do Conflito e Anúncio do Cessar-Fogo
O cessar-fogo entre Israel e Irã entrou em vigor nas primeiras horas desta terça-feira (1h no horário de Brasília), após intensos 12 dias de confrontos diretos entre as potências do Oriente Médio. A trégua foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com apoio do Catar, e já encontra dificuldades de implementação diante de novos relatos de ataques e trocas de acusações entre os países envolvidos.
Netanyahu e Pezeshkian proclamam vitória após 12 dias de conflito
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o desfecho como uma "vitória histórica" para Israel, destacando que o país encerrou um "capítulo importante" na ofensiva contra o Irã. Apesar da trégua, Netanyahu reforçou que a campanha israelense continua, agora com foco total em Gaza e no grupo Hamas.
Do outro lado, o recém-eleito presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também declarou uma "grande vitória" para Teerã. Segundo ele, a guerra foi "imposta ao Irã pelo aventurismo de Israel", responsabilizando diretamente o governo israelense pelo início da escalada.
Balanço de vítimas e danos
No Irã
De acordo com autoridades iranianas, os bombardeios israelenses causaram 610 mortes e deixaram 4.746 feridos. No entanto, a ONG Human Rights Activists News Agency, com sede em Washington, aponta números ainda mais altos: 974 mortos e 3.400 feridos.
Em Israel
As forças israelenses informaram que a retaliação iraniana provocou 28 mortes e mais de 1.400 feridos. Foi a primeira vez que os sistemas de defesa aérea de Israel foram sobrecarregados por uma ofensiva massiva de mísseis iranianos.
Trump intervém e critica ambos os lados
Horas após o anúncio do cessar-fogo, o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou insatisfação com o comportamento dos dois países. “Israel tem de se acalmar. Tenho de fazer Israel se acalmar”, afirmou ao embarcar para a cúpula da OTAN, em Haia.
Trump acusou tanto Israel quanto Irã de violarem os termos da trégua, destacando que qualquer novo bombardeio será considerado uma "grande violação". A declaração foi feita em uma rede social, onde Trump alertou: "Israel, não jogue suas bombas."
Israel volta a mirar no Hamas e na situação em Gaza
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses, Eyal Zamir, declarou que o país agora redirecionará seus esforços militares para Gaza, buscando libertar os reféns e desmantelar o regime do Hamas.
Os ataques à Faixa de Gaza foram retomados em março, após uma trégua temporária de dois meses. Apesar da liberação de ajuda humanitária, persistem relatos de filas longas e confrontos nos pontos de distribuição de alimentos.
Mediação internacional: papel dos EUA e do Catar
A trégua foi viabilizada por uma articulação diplomática liderada por Trump, com participação ativa do Catar. Segundo a agência Reuters, o Irã aceitou o cessar-fogo após diálogo com o primeiro-ministro catariano e representantes da Casa Branca.
Entre os nomes envolvidos na negociação estão:
J.D. Vance (vice-presidente dos EUA)
Marco Rubio (secretário de Estado)
Steve Witkoff (enviado especial)
Uma fonte oficial americana afirmou que o Irã concordaria em manter a trégua “desde que não houvesse novos ataques de Israel”.
Aeroportos e espaços aéreos reabertos
Com o cessar-fogo em vigor, Israel suspendeu as restrições às atividades internas e reabriu o aeroporto Ben Gurion, o principal do país. O Irã também anunciou a reabertura de seu espaço aéreo, conforme informações da agência Nournews, ligada ao Estado iraniano.
Cessar-fogo ainda é incerto
Apesar do anúncio oficial, o futuro do cessar-fogo permanece incerto. Relatos de novos ataques em Teerã e o clima de desconfiança entre os países ameaçam a estabilidade do acordo. Observadores internacionais alertam que qualquer incidente pode reativar a escalada militar na região.