O México negou autorização para que uma aeronave militar dos Estados Unidos aterrissasse em seu território transportando imigrantes deportados. A informação foi confirmada por fontes oficiais norte-americanas e mexicanas à agência de notícias Reuters.
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De acordo com as autoridades, o governo do Republicano Donald Trump solicitou permissão para o pouso do avião, mas o pedido foi rejeitado. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores do México não apresentou justificativas para a decisão. Em comunicado enviado à Reuters, o órgão declarou apenas que mantém um "relacionamento muito positivo" com os Estados Unidos e que, no caso de repatriações, sempre acolherão cidadãos mexicanos "de braços abertos".
A aeronave militar dos EUA realizou dois voos similares na sexta-feira, 24, com destino à Guatemala, transportando um total de 160 imigrantes.
Outro avião seguiu para o Brasil e aterrissou em Manaus (AM), trazendo 88 brasileiros a bordo. Uma porta-voz do governo Trump declarou que essa deportação fazia parte das ações implementadas no início da administração Republicana. Entretanto, o governo brasileiro esclareceu que o voo faz parte de um acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos em 2017, sem relação direta com a eleição de Trump.
Relações entre EUA e México
A nova administração Republicana anunciou, logo após a posse, ocorrida na segunda-feira, 20, a reativação do programa Remain in Mexico (Permaneça no México, em tradução livre), inicialmente adotado em 2019 durante seu primeiro mandato. A medida determina que os solicitantes de asilo nos EUA aguardem no lado mexicano da fronteira, mesmo que sejam originários de outros países.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, destacou que a implementação do programa requer a anuência do México, o que não ocorreu até o momento.