
O plano, associado à política migratória da administração do ex-presidente Donald Trump, visa sustentar o aumento das operações de fiscalização e deportação em todo o país.
Mega-centros de detenção
Segundo o material, a agência pretende criar mega-centros com capacidade mínima de 1.000 pessoas cada, além de ampliar unidades já existentes. Atualmente, a maior parte das vagas está concentrada em Texas, Louisiana, Califórnia e Geórgia, mas novas instalações devem ser abertas em estados como Oklahoma, Indiana, Minnesota, Carolina do Norte e Tennessee.
Foco em famílias
O plano prevê ainda a criação de três novos centros para famílias, o que adicionaria mais de 5.700 vagas. A medida sugere uma intensificação das deportações de pais acompanhados de filhos, prática que já havia gerado forte reação durante a política de “tolerância zero” (2018), marcada pela separação de milhares de famílias na fronteira.
Reações e críticas
Organizações de direitos humanos alertam que a expansão pode agravar a crise humanitária. Para a Human Rights First:
“O encarceramento em massa de famílias vulneráveis não resolve o desafio migratório, apenas amplia o sofrimento de crianças e pais que fogem da violência e da miséria.”
Além disso, especialistas apontam para o alto custo financeiro e defendem alternativas menos onerosas, como programas de monitoramento comunitário.
Questionamentos legais
O ICE já enfrenta ações judiciais e acusações de violar princípios básicos de dignidade humana, sobrecarregando comunidades que recebem essas instalações. Uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS) confirmou a autenticidade do documento, mas alegou que estaria “desatualizado” e que contratos ainda não foram aprovados.
Contexto político
A medida surge em meio à polarização política nos EUA. Enquanto apoiadores de Trump defendem uma postura rígida contra a imigração irregular, críticos denunciam a criminalização de imigrantes em busca de melhores condições de vida.
Nos últimos anos, o ICE foi alvo de protestos em diversas cidades, após denúncias de abusos e condições precárias nos centros de detenção. A revelação do documento deve reacender esse embate, colocando em foco os custos humanitários e financeiros de uma política de detenção em larga escala.