Autoridades de saúde dos Estados Unidos emitiram um alerta para a expansão da doença de Chagas, provocada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida pelo inseto conhecido como “barbeiro” ou kissing bug. Segundo estudo publicado no periódico científico Emerging Infectious Diseases, do CDC, os casos confirmam que a enfermidade já se tornou endêmica, sobretudo na Califórnia, mas também em outros sete estados.

Comum na América Latina, a doença pode ser transmitida não apenas pela picada do inseto, mas também da mãe para o filho durante a gestação e por meio de transplantes de órgãos. Os sintomas iniciais incluem febre, fadiga, inchaço nos gânglios e, em alguns casos, o chamado sinal de Romaña (inchaço ao redor dos olhos). Na fase crônica, cerca de 30% dos infectados desenvolvem complicações cardíacas graves, que podem ser fatais.

Estima-se que 300 mil pessoas vivam com Chagas nos EUA, mas especialistas acreditam que o número real seja muito maior, já que nunca foi feito um levantamento nacional de prevalência. Os estados mais afetados incluem Califórnia, Texas, Arizona, Louisiana e Flórida.

A principal dificuldade apontada por pesquisadores é a falta de conhecimento médico sobre a doença, o que atrasa diagnósticos e tratamentos. Atualmente, dois medicamentos antiparasitários estão aprovados nos EUA — benznidazol e nifurtimox —, mas ainda com acesso limitado em áreas rurais.

Especialistas defendem mais conscientização, financiamento e treinamento de profissionais, além de medidas simples de prevenção, como vedar portas e janelas, instalar telas e eliminar entulhos que atraem animais hospedeiros.