Os Estados Unidos e a China decidiram prorrogar por mais 90 dias a trégua tarifária que mantém as taxas de importação em níveis moderados, evitando uma escalada que poderia prejudicar gravemente o comércio entre as duas maiores economias globais. O acordo vale até novembro de 2025 e mantém as tarifas em 30% para os produtos chineses importados pelos EUA e em 10% para os produtos americanos importados pela China.

Sem essa extensão, as tarifas aplicadas pelos EUA poderiam ter saltado para impressionantes 145%, enquanto a China aumentaria suas taxas para cerca de 125%, o que geraria um verdadeiro embargo comercial e causaria sérios prejuízos para as cadeias globais de suprimentos.

A prorrogação da trégua oferece um alívio temporário para importadores e exportadores, especialmente para o varejo americano, que depende do comércio internacional para reforçar os estoques em períodos de alta demanda, como as compras de fim de ano. Também abre caminho para um possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, o que pode trazer avanços nas negociações comerciais.

Apesar desse gesto conciliatório, questões fundamentais continuam sem solução, como disputas sobre propriedade intelectual, subsídios estatais, acesso a tecnologia e barreiras comerciais. Essas divergências estruturais mantêm um clima de tensão e incerteza no relacionamento comercial bilateral.

Além disso, o governo americano sinalizou uma possível flexibilização nas restrições às exportações de semicondutores para a China, desde que acompanhada por taxas adicionais, o que indica um movimento para tentar equilibrar interesses econômicos e de segurança nacional.

Enquanto essa trégua traz estabilidade momentânea, especialistas alertam que a guerra tarifária entre EUA e China ainda está longe de um fim definitivo. As tarifas elevadas continuam impactando preços, custos de produção e o ritmo de crescimento econômico global, deixando o futuro das relações comerciais em aberto.