O esquema é engenhoso, mas perverso: criam universidades de fachada — muitas vezes só no papel, com registro rápido na Flórida ou no Paraguai — e vendem mestrados e doutorados que parecem legítimos, mas não têm validade real. O marketing é todo em português, o “corpo docente” é brasileiro e os cursos são anunciados como se fossem internacionais. O problema é que, quando esses diplomas chegam no Brasil, há brechas para que universidades nacionais façam a revalidação, e é aí que o título falso ganha aparência oficial.

O impacto é enorme: professores da rede pública conseguem promoções e aumentos com base nesses diplomas, o que gera prejuízo ao erário e distorce a lógica de mérito. O delegado foi claro: muitos não são cúmplices, mas vítimas de uma rede bem estruturada. Ainda assim, juridicamente, os títulos acabam sendo invalidados, e alguns já perderam cargos.

Além do prejuízo financeiro, há o dano à credibilidade acadêmica brasileira. Se qualquer “universidade de garagem” pode emitir diplomas de mestrado e doutorado, o valor real de quem enfrentou anos de pesquisa e banca de defesa fica diluído.

O ponto crítico é que, por trás dessa fraude, existe uma demanda real: profissionais em busca de títulos rápidos para melhorar de vida. Enquanto houver gente disposta a pagar por atalhos, os “fabricantes de diplomas” vão continuar se reinventando.