O procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, anunciou nesta segunda-feira (19/8) que todos os 23 postos de inspeção agrícola de caminhões do estado também funcionarão como pontos de checagem migratória. A decisão foi tomada em resposta a um acidente fatal ocorrido em 12 de agosto, na Florida Turnpike, envolvendo um caminhoneiro indiano em situação migratória irregular.

Acidente que motivou a medida

De acordo com as autoridades, o motorista Harjinder Singh teria feito uma manobra proibida que resultou em uma colisão com múltiplos veículos, deixando três mortos. Singh foi acusado de homicídio culposo de trânsito e de violações relacionadas à imigração. Ele permanece preso na Flórida sem direito a fiança e enfrenta também um processo de deportação.

Segundo Uthmeier, estados como Califórnia e Washington teriam emitido de forma irregular carteiras de motorista comerciais para Singh, permitindo que ele dirigisse legalmente apesar da condição migratória irregular.

Reforço da fiscalização

Tradicionalmente, os postos do Florida Department of Agriculture and Consumer Services (FDACS) eram utilizados para monitorar pragas e impedir a circulação de produtos agrícolas não autorizados. Agora, além dessa função, os agentes também farão a checagem de documentos migratórios, nível de inglês dos motoristas e condições de segurança dos veículos.

Para isso, todos os inspetores receberam certificação no programa federal 287(g), que habilita policiais estaduais e locais a atuarem como agentes de imigração em colaboração com o ICE (U.S. Immigration and Customs Enforcement).

Repercussão

A decisão gerou reações distintas entre caminhoneiros. Alguns profissionais defenderam o reforço da fiscalização migratória como uma medida necessária para aumentar a segurança viária e evitar novos acidentes graves. Outros, no entanto, criticaram a iniciativa, considerando-a um controle excessivo, já que a categoria já está sujeita a inspeções frequentes em postos de pesagem e de segurança do transporte.

As autoridades estaduais afirmam que a medida busca equilibrar a segurança nas estradas e o cumprimento das leis de imigração, mas organizações de direitos civis já avaliam contestar a decisão nos tribunais.