Um caso que vem chamando atenção em Chicago envolve o imigrante Sergio Ramirez, que segue detido pelo ICE desde maio após o que sua família descreve como um simples erro de rota próximo à fronteira com o Canadá. Ramirez, de origem mexicana, vive há cerca de 20 anos em Illinois e há sete aguarda a aprovação de um visto U, destinado a vítimas de crimes que colaboraram com autoridades norte-americanas.

De acordo com sua esposa, Kristina Ramirez, cidadã americana, o casal estava em uma viagem de trabalho em Michigan quando, sem perceber, entrou em uma estrada que levava em direção ao Canadá. Parados por autoridades na fronteira, ambos foram detidos. Enquanto ela foi liberada após três dias, Sergio permanece sob custódia no condado de Monroe. “Minha vida está em pedaços sem meu marido. Ele não é criminoso, é um homem trabalhador e amoroso”, desabafou Kristina.

A prisão provocou indignação e levou a protestos na comunidade local. Familiares, líderes religiosos, parlamentares e organizações de defesa dos direitos civis se uniram para denunciar o que consideram uma injustiça. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) também manifestou apoio à família, ressaltando que Ramirez tem um histórico de cooperação com a justiça e deveria estar protegido contra deportação por já possuir status de ação diferida.

O advogado de imigração, Andres Diaz Jr., afirma que o caso revela falhas graves no sistema. Segundo ele, Ramirez já teria direito à residência permanente por ser casado com uma cidadã americana e não representa qualquer risco. “Este é o caso mais grave que já vi”, declarou, destacando a urgência de uma solução antes que a família enfrente danos irreparáveis.

O ICE ainda não se manifestou publicamente sobre os motivos da detenção prolongada. Enquanto isso, cresce a pressão para que Sergio seja libertado, com ativistas organizando vigílias, abaixo-assinados e atos públicos em frente a prédios federais.

Ramirez deverá comparecer a uma nova audiência judicial na próxima semana, que pode definir se ele permanecerá detido ou se poderá finalmente voltar para casa. Para sua família e apoiadores, o desfecho será um termômetro de como os EUA tratam imigrantes em situação semelhante, especialmente aqueles que buscam regularizar sua vida de forma legítima.