O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza nesta terça-feira (28/1) uma reunião com um grupo extenso de autoridades para definir uma posição oficial do Brasil diante da crise migratória intensificada pela política anti-imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e das deportações de imigrantes brasileiros em território norte-americano.
A reunião, que acontece às 16h no Palácio do Planalto, será conduzida por Lula e contará com a presença de diversas autoridades do alto escalão do governo, incluindo:
- Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços;
- Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública;
- José Mucio, ministro da Defesa;
- Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
- Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania;
- Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social;
- Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil;
- Tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica;
- Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência;
- Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.
Reação do Governo Brasileiro
Na segunda-feira (27/1), antes da reunião formal, Lula conversou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre a situação. O presidente demonstrou forte insatisfação ao ser informado sobre o caso dos brasileiros deportados dos EUA que chegaram a Manaus (AM) algemados e acorrentados.
Diante da repercussão, o governo brasileiro agiu rapidamente e determinou que a Força Aérea Brasileira (FAB) enviasse uma aeronave para transportar os deportados de Manaus até Confins (MG). A operação foi realizada ainda no sábado (25/1).
Brasileiros deportados e indignação internacional
A chegada de 88 brasileiros deportados na sexta-feira (24/1) marcou um novo capítulo na política migratória dos Estados Unidos sob Trump. O fato de os deportados terem desembarcado algemados e acorrentados, além de relatarem maus-tratos durante o voo, gerou grande indignação dentro e fora do Brasil.
O episódio também teve repercussão internacional, com líderes de países da América Latina demonstrando preocupação com a escalada da política migratória dos EUA. No sábado (25/1), o governo do México e da Colômbia recusou receber aviões com imigrantes deportados sob as mesmas condições.
Como resposta, Trump impôs sanções econômicas à Colômbia, aumentando a pressão sobre o governo colombiano. Poucas horas depois, o país recuou e aceitou receber os deportados, levando a Casa Branca a suspender as sanções.
Impacto nas Relações Internacionais
A política de imigração adotada por Trump nas primeiras semanas de seu governo tem causado tensões diplomáticas, especialmente com países da América Latina, que agora buscam alinhar estratégias para lidar com os impactos dessas deportações. O Brasil, por meio da reunião no Palácio do Planalto, busca definir medidas para proteger seus cidadãos e reforçar sua posição diante das novas diretrizes migratórias impostas pelos Estados Unidos.