
A promessa de Donald Trump de expulsar os “piores dos piores” criminosos imigrantes irregulares dos Estados Unidos não se confirmou, segundo dados obtidos pela CBS News. Entre os cerca de 100 mil imigrantes deportados pelo ICE entre 1º de janeiro e 24 de junho, menos de 1% tinham condenações por homicídio. A maioria foi removida por infrações menores, como violações de trânsito ou de imigração.
O documento interno do ICE mostra que apenas 729 deportados (0,58%) tinham condenações por homicídio, e 1.628 (1,2%) por agressão sexual. Enquanto isso, 10.738 pessoas (15,2%) tinham antecedentes por agressão comum. Embora o discurso oficial afirme que o foco são criminosos perigosos, como estupradores e assassinos, os dados mostram um cenário diferente.
Além disso, apenas 3,26% dos deportados tinham ligações com gangues ou terrorismo. A resposta do Departamento de Segurança Interna não detalhou as acusações pendentes de muitos dos deportados, o que levanta críticas sobre a transparência das ações.
Seis congressistas republicanos de origem hispânica chegaram a escrever ao ICE pedindo foco maior na expulsão de criminosos violentos. O governo respondeu com os dados, enquanto a pressão interna continua alta: conselheiros da Casa Branca querem triplicar o número de prisões diárias feitas pelo ICE.
A CBS News também apontou que **cerca de 40% dos detidos pelo ICE desde o início do governo Trump não tinham antecedentes criminais** e apenas **8%** haviam cometido crimes violentos. Mesmo assim, autoridades como o "czar da fronteira" Tom Homan reforçam que qualquer imigrante irregular pode ser alvo de deportação, mesmo que a prioridade continue sendo os mais perigosos.
Fonte: CBS