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“Payroll”: EUA criam 73 mil empregos em julho, bem abaixo do esperado

2025-08-01  Paulo Ricardo  132 views
“Payroll”: EUA criam 73 mil empregos em julho, bem abaixo do esperado

sse dado se refere ao "payroll", um dos principais indicadores mensais do mercado de trabalho americano, elaborado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS). Ele mede a evolução do emprego, excluindo o setor agrícola, e tem forte peso nas decisões de política monetária do país.

O que mostra o relatório

  • Empregos criados: 73 mil

  • Expectativa do mercado: 106 mil

  • Taxa de desemprego: 4,2% (estável)

  • Empregos criados em junho: 147 mil

Importância do dado

A força do mercado de trabalho é um dos principais parâmetros analisados pelo Federal Reserve (Fed) na definição da taxa de juros. Um mercado mais aquecido costuma pressionar a inflação, o que pode levar o Fed a manter ou elevar os juros. Por outro lado, dados fracos como os de julho reforçam a possibilidade de cortes de juros nos próximos meses.

Atualmente, a taxa de juros nos EUA está entre 4,25% e 4,5% ao ano, mantida pelo Fed na última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto).

A inflação ficou em 2,7% (anual) em junho, acima dos 2,4% de maio, mas ainda abaixo dos 3% registrados até julho de 2024. A meta de inflação do Fed é de 2% ao ano.

Análise de especialista

De acordo com André Valério, economista sênior do Banco Inter, o desempenho do mês foi sustentado principalmente pelos setores de saúde e educação, que somaram 79 mil novas vagas. Já os setores mais sensíveis ao ciclo econômico tiveram desempenho fraco. Apenas o de transporte apresentou recuperação, com 11 mil novos postos — o primeiro resultado positivo desde fevereiro de 2025.

Segundo Valério:

“O dado sugere uma economia paralisada pela incerteza, mas ainda não em recessão, já que o desemprego segue em patamar relativamente baixo.”

Ele também destacou que o chamado "Dia da Libertação", feriado adotado em alguns estados, pode ter impactado o ritmo de contratações, além de indicar tendência de revisões sucessivas para baixo nos próximos meses.

O que esperar dos juros?

Para Valério, com mais um dado fraco como esse, o Fomc poderá cortar os juros já em setembro, mesmo diante de riscos inflacionários que ainda serão monitorados, como impactos de tarifas sobre os preços nas próximas leituras da inflação.


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