O governo Trump anunciou a desmobilização de cerca de 2 mil membros da Guarda Nacional da Califórnia em Los Angeles, mais de um mês após sua implantação para conter protestos na cidade. A decisão foi divulgada pelo Pentágono nesta terça-feira, marcando a liberação de metade das 4 mil tropas colocadas sob controle federal durante a operação.

A mobilização foi realizada contra a vontade do governador Gavin Newsom, que classificou a ação como uma manobra política. “A Guarda Nacional foi afastada de suas famílias para servir como peões políticos do presidente. Os que permanecem estão sem missão, direção ou perspectiva de retorno às suas comunidades”, criticou Newsom.

Além da Guarda Nacional, cerca de 700 fuzileiros navais foram enviados para proteger agentes federais de imigração e instalações do governo. Outros 150 membros da Guarda já haviam retornado para ajudar no combate a incêndios florestais.

O governo federal justificou o envio das tropas como necessário para conter manifestações “caóticas” contra prisões realizadas pelo ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega). Já autoridades locais negaram falta de ação policial e alertaram que a presença militar poderia agravar as tensões.

Trump federalizou as tropas em junho invocando o Título 10 da Constituição, que permite o uso da Guarda Nacional para restaurar a ordem pública. A medida foi contestada judicialmente por Newsom, que alegou abuso de poder. Embora um juiz tenha inicialmente dado ganho de causa ao governador, uma corte de apelação permitiu a continuidade da mobilização enquanto o processo segue.

Durante visita a Los Angeles no mês passado, o vice-presidente JD Vance elogiou a atuação das forças, mas afirmou que o objetivo é evitar novas mobilizações, desde que os estados “cumpram a lei e protejam os agentes federais”.