A Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos (Border Patrol) enfrenta uma forte e generalizada condenação pública em Chicago após agentes federais terem sido acusados de interromper um desfile infantil de Halloween e utilizar gás lacrimogêneo durante uma operação de imigração no último fim de semana. O incidente ocorreu no bairro de Old Irving Park, na zona noroeste da cidade, durante a chamada "Operação Midway Blitz".
Testemunhas e vídeos confirmados pela ABC News mostram agentes lançando gás e realizando detenções de moradores, incluindo cidadãos americanos, que tentavam intervir. O clamor da comunidade foi resumido no grito de um residente: "Vocês estão apavorando nossas crianças até a morte!"
Autoridades Federais Alegam Legítima Defesa
O governo federal, através da porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS), Tricia McLaughlin, defendeu a ação dos agentes, alegando que eles agiram em legítima defesa após serem cercados por uma "multidão hostil". Segundo o DHS, o alvo da operação era um imigrante mexicano com histórico de agressão. McLaughlin afirmou que, após "múltiplos avisos ignorados" diante do avanço da multidão, os agentes "tiveram de usar medidas de controle de multidão".
Condenação Local e Convocação na Justiça Federal
A ação federal foi duramente condenada por autoridades locais e representantes políticos de Illinois. A deputada estadual Lindsey LaPointe classificou o episódio como "nocivo, traumático, ilegal e injustificável". Advogados da cidade prometeram contestar o caso na Justiça Federal.
O comandante Greg Bovino, responsável pela operação, foi convocado pela juíza federal Sara Ellis a depor na Justiça Federal. Bovino, que foi acusado de lançar pessoalmente gás lacrimogêneo em outro protesto recente, defendeu as ações de sua equipe e declarou que “não existem santuários em Chicago ou em qualquer parte dos EUA”. A Justiça analisa possíveis violações a uma ordem judicial anterior que já restringia o uso de força excessiva por agentes federais na cidade. Desde o início da operação em setembro, mais de 2.800 pessoas foram detidas.