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Caso Epstein: democratas pressionam Justiça por divulgação integral dos arquivos

2025-07-31  Paulo Ricardo  107 views
Caso Epstein: democratas pressionam Justiça por divulgação integral dos arquivos

A pressão dos democratas pela divulgação total dos arquivos do caso Epstein ganhou força nesta terça-feira (30), com o senador Chuck Schumer, líder da maioria no Senado, à frente de uma ofensiva pública e legal para garantir o acesso irrestrito à documentação envolvendo o financista Jeffrey Epstein e sua associada, Ghislaine Maxwell.

Os parlamentares democratas recorreram à chamada “regra dos cinco”, um mecanismo previsto na legislação americana que obriga agências federais a fornecerem informações sempre que cinco membros de um comitê do Congresso o exigirem formalmente. No caso, todos os democratas do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais assinaram uma carta endereçada à procuradora-geral Pam Bondi, solicitando acesso integral e sem edições aos arquivos confidenciais.

Uma coletiva de imprensa sobre o tema foi convocada para esta tarde, às 13h (horário local), e deve contar com a presença de Schumer e outros líderes democratas.

Divisão partidária

A movimentação reacende a tensão política em torno do caso. No último dia 15, os republicanos barraram a abertura dos documentos, após a própria Pam Bondi declarar, em 5 de julho, que o governo não liberaria os arquivos por “questões de segurança nacional”.

A medida gerou forte reação inclusive dentro da base republicana. Apoiadores de Trump — como Marjorie Taylor Greene, Tucker Carlson, Steve Bannon e Megyn Kelly — expressaram publicamente indignação com o recuo. O presidente Donald Trump, por sua vez, usou as redes sociais para acusar os democratas de manipular o caso politicamente, chamando a tentativa de abertura dos arquivos de “golpe eleitoral”, apesar de a liberação ter sido uma promessa de campanha sua.

Em meio ao impasse, o Departamento de Justiça solicitou, em 18 de julho, a liberação parcial dos documentos. No entanto, os juízes federais Richard Berman e Paul Engelmayer, responsáveis pelo caso no Tribunal de Manhattan, exigiram argumentos legais mais sólidos, que foram entregues apenas ontem (29).

O caso Virginia Giuffre

Em nova polêmica, durante um bate-papo informal com jornalistas no Air Force One, Trump afirmou que rompeu laços com Epstein após ele ter “roubado” funcionárias do spa do clube Mar-a-Lago, incluindo Virginia Giuffre — considerada uma das principais testemunhas e vítimas do esquema de exploração sexual.

“A resposta é sim; eram [jovens mulheres]. Pessoas que trabalhavam no spa”, disse Trump. Ao ser perguntado se Giuffre era uma delas, ele respondeu: “Acho que sim. Ele a roubou.”

Giuffre foi aliciada aos 16 anos por Maxwell, segundo depoimentos, e afirma ter sido abusada por Epstein e por homens influentes, incluindo o príncipe Andrew do Reino Unido. Ela faleceu neste ano, sob circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.

Enquanto isso, registros oficiais indicam que Epstein permaneceu como membro do Mar-a-Lago até outubro de 2007, mesmo após já ter sido formalmente acusado, em 2006, por envolvimento com prostituição de menores. O governo afirma que ele foi banido em 2004, o que levanta suspeitas sobre a veracidade das versões oficiais.

Maxwell se recusa a colaborar

O Comitê de Supervisão da Câmara, controlado por republicanos, rejeitou o pedido de imunidade apresentado por Ghislaine Maxwell em troca de seu depoimento ao Congresso. Intimada a comparecer em 11 de agosto, ela poderá recusar-se a testemunhar caso não receba garantias legais.

Seu advogado, David Markus, declarou:

“Minha cliente não cooperará enquanto não houver proteção formal contra autoincriminação ou novas acusações.”


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