
Um incêndio de grandes proporções atinge os Everglades, na Flórida, e já devastou mais de 19 mil acres de vegetação desde segunda-feira. As chamas, embora ainda longe de áreas residenciais, provocaram um rastro de impactos significativos: fumaça densa cobre parte do condado de Broward, reduz a visibilidade nas estradas, dispara alarmes de incêndio em prédios e compromete a qualidade do ar.
O avanço do fogo foi intensificado pelos ventos fortes associados ao furacão Erin, que empurraram a fumaça para regiões mais populosas. O Serviço Nacional de Meteorologia alertou que a visibilidade em rodovias pode cair para menos de cinco milhas, aumentando os riscos de acidentes. Muitos moradores relataram acordar com carros cobertos de cinzas e residências tomadas pela fumaça.
Equipes do Corpo de Bombeiros atenderam dezenas de chamados durante a noite, mas a maioria dos alarmes foi causada pela fumaça e não por novos focos de incêndio. Especialistas lembram que, no verão, os raios costumam ser a principal causa de queimadas nos Everglades, mas o calor extremo e a baixa umidade ampliam a intensidade do fogo e a dificuldade de controlá-lo.
Autoridades de saúde pública reforçam que pessoas com problemas respiratórios devem evitar atividades ao ar livre e, se possível, utilizar máscaras de proteção. Hospitais da região já relataram aumento de atendimentos por irritação nos olhos, crises de asma e dificuldades respiratórias.
Embora tenha havido uma leve melhora na manhã de quarta-feira, meteorologistas afirmam que a situação segue incerta, já que os ventos podem mudar de direção rapidamente, espalhando ainda mais a fumaça. O incêndio se tornou um alerta não apenas pela dimensão, mas também pela lembrança da fragilidade do ecossistema dos Everglades, uma das áreas ambientais mais importantes dos Estados Unidos.