A comunidade imigrante na Flórida enfrenta um aumento alarmante de casos de indivíduos que se passam por agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE). Utilizando o medo da deportação, esses falsários buscam extorquir e intimidar imigrantes vulneráveis. Casos de destaque incluem um homem preso em Indiantown, que usava uniforme tático e distintivo falso para realizar falsas paradas de trânsito e exigir documentos, e uma mulher em um condomínio que usou uma camisa "ICE" e um cartão de xerife para simular uma abordagem e tentar um sequestro.
Advogados Orientam: Identificação é Chave e Exigência de Dinheiro é Golpe
Especialistas em imigração alertam a comunidade sobre como distinguir abordagens legítimas de fraudes. Daniel Toledo, do LeeToledo Law, destaca que falsos agentes se caracterizam pelo comportamento agressivo ou autoritário, enquanto oficiais legítimos seguem protocolos formais. Ele aconselha que, ao suspeitar de uma abordagem, o imigrante deve solicitar a identificação física do agente, que deve conter nome, foto e filiação à instituição, sempre de forma calma e educada.
Ludo Gardini, do Gardini Law, adiciona um alerta crucial: qualquer pedido de dinheiro para evitar a detenção é um golpe. "Se for um agente real do ICE, ele vai chegar algemando você e levar para um centro de processamento. Se for falso, normalmente vai pedir dinheiro para não te levar. A orientação é clara: não pague e não se exponha", ressalta.
Direitos em Abordagens e a Diferença entre Mandados
Em vias públicas, os imigrantes têm direitos básicos: permanecer em silêncio, não assinar documentos sem a presença de um advogado e exigir um mandado legítimo para detenção. Ambos os especialistas recomendam manter a calma e contatar imediatamente um advogado ou familiar.
Em abordagens domiciliares, a cautela deve ser máxima. Gardini explica que há uma diferença crucial entre mandado judicial e administrativo; apenas o mandado judicial autoriza a entrada em residências. O ICE frequentemente tenta usar mandados administrativos, que não possuem o mesmo poder legal. A orientação é não abrir a porta, solicitar a identificação do agente e pedir que o mandado seja passado por baixo da porta ou pela fresta. O imigrante deve verificar se o documento foi assinado por um juiz e se está em seu nome antes de decidir como proceder. Em caso de identificação de um criminoso, a polícia local deve ser acionada.